quarta-feira, 31 de agosto de 2011



 "Então, de repente,
sem pretender, respirou fundo
e pensou que era bom viver.
Mesmo que as partidas doessem,

 e que a cada dia fosse necessário   
adotar uma nova maneirade agir e de pensar, 
descobrindo-a inútil no dia seguinte,
mesmo assim era bom viver. 
Não era fácil, nem agradável.
Mas ainda assim era bom.

Tinha quase certeza."    
   
(Caio Fernando Abreu) 




O jeito que ele me olha,
é que me inspira e desgoverna.
Um jeito que me conhece
no derramado de dedos que convidam.
De quando eu peço abraço,
quando ele quer me dar.

Mas faço tudo quase num contorcimento de dor.
E ele acha bom eu ser intensa...

(Marla de Queiroz)
 





terça-feira, 30 de agosto de 2011





"Seja alguém simples. Seja algo que você ama e entende. Esqueça o resto, tudo que você precisa está na sua alma... e em seu coração."                                                           
                                                (Caio Fernando Abreu)








Se eu fosse apenas uma rosa,
com que prazer me desfolhava,
já que a vida é tão dolorosa
e não te sei dizer mais nada!

Se eu fosse apenas água ou vento,
com que prazer me desfaria,
como em teu próprio pensamento
vais desfazendo a minha vida!

Perdoa-me causar-te a mágoa
desta humana, amarga demora!
– de ser menos breve do que a água,
mais durável que o vento e a rosa...

(Cec
ília Meireles)










Nívea Lágrima

Assim como sabemos 
Que após cada noite
Surge o amanhã,
Assim também
O sol da alegria brilhará
Por sobre teus olhos,
Afastando a tristeza.
Mas,
Se uma nívea lágrima
Escorrer pelo teu rosto,
Que ela sirva para irrigar
A vida seca
Dos que não sabem
Nem chorar.

(Emanuel Galvão)

domingo, 28 de agosto de 2011





Respire...
"O aroma
é irmão da respiração
Você pode fechar os olhos
Pra não ver
Pode beijar, Pra não gostar
Pode tocar, Pra não sentir
Mas não pode negar o odor"
Não pode fugir do amor
Parar de respirar
Resistir...



(Emanuel Galvão)




Gavetas...

Com delicadeza, abra as gavetas
que guardam as palavras de seda.
Deixe-as sempre ao alcance
de um sopro...
Prontas para o vôo,
para o ouvido, para a boca.
Palavras de seda,

são como borboletas douradas,
quando pousam
no coração do outro...

(Roseana Murray)



quinta-feira, 25 de agosto de 2011



Ei, psiu ...
Não desiste de mim.
Por trás de tanta indecisão tem alguém
que precisa de companhia mesmo fingindo que não.
Tem alguém que odeia todo mundo num segundo
e chora de saudades de todos no segundo seguinte.
E de ser feliz - principalmente.

(Verônica H.)



quarta-feira, 24 de agosto de 2011


"Acho que, se esse ainda
não é o caminho certo
pelo menos, é o mais bonito por enquanto...
E o que me deixa mais inteira, a cada passo.

E fico pensando enquanto avanço:
eu amo construir a mesma estrada com você.
Eu amo morar no teu abraço."







(Marla de Queiroz)
(Scrap feito por "magnífica")

segunda-feira, 22 de agosto de 2011



" Deus, sempre encontra uma maneira

de fazer com que a gente sinta,

que ELE está pertinho de nós..."


(Vanya Moreira)





Que a minha intensidade não me impeça de respirar vezenquando, pois suspiro o tempo todo pra encontrar espaço nesse peito que já nem se cabe. Que essas explosões de vida, de beleza e dor me permitam ao menos, por alguns momentos, absorvê-las com tranqüilidade: para que eu consiga dormir sem ter de chorar ou gargalhar até a exaustão, pois sinto falta de apenas lacrimejar ou sorrir sem contrações, descontraída. Que a felicidade não me doa sempre e tanto, a ponto de assustar. Que haja alguma suavidade nos meus olhos diante do cotidiano e que eu não me emocione exageradamente com esta delicadeza. Que eu possa contemplar o mar sem que ele me afogue por completo. Que eu possa olhar o céu imenso e que isso não me aniquile por lucidez extrema. E que quando eu escrever um texto, ao ser publicado, assim, despido de qualquer revisão emocional, dotado apenas da intuição que me foi dada, que encontre a fonte precisa que agasalhe a palavra “palavra”. Que eu não viva só em caixa alta, com esses gritos que arranham silêncios e desgovernam melodias. Que eu saiba dizer sem que isso me machuque demais. Que eu saiba calar sem que isso me provoque uma tagarelice interna inquieta. Que eu possa saber dessa música apenas que ela se comunica com algo em mim, nada mais. Que eu possa morrer de amor e, ainda sim, ser discreta. Que eu possa sentir tristeza sem que ela se aposse de toda a minha alegria. E que, se um dia eu for abandonada pelo amor, não deixe que esse abandono seja para sempre uma companhia.



(Marla de Queiroz)


sexta-feira, 19 de agosto de 2011



A verdadeira paciência é sempre uma exteriorização da alma que realizou muito amor em si mesma, para dá-lo a outrem, na exemplificação.
Esse amor é a expressão fraternal que considera todas as criaturas como irmãs, em quaisquer circunstâncias, sem desdenhar a energia para esclarecer a incompreensão, quando isso se torne indispensável.
É com a iluminação espiritual do nosso intimo que adquirimos esses valores sagrados da tolerância esclarecida. E, para que nos edifiquemos nessa claridade divina, faz-se mister educar a vontade, curando enfermidades psíquicas seculares que nos acompanham através das vidas sucessivas, quais sejam as de abandonarmos o esforço próprio, de adotarmos a indiferença e de nos queixarmos das forças exteriores, quando o mal reside em nós mesmos.
Para levarmos a efeito uma edificação tão sublime, necessitamos começar peladisciplina de nós mesmos e pela continência dos nossos impulsos, considerando a liberdade do mundo interior, de onde o homem deve dominar as correntes da sua vida.
adágio popular considera que “o hábito faz a segunda natureza” e nós devemos aprender que a disciplina antecede a espontaneidade, dentro da qual pode a alma atingir, mais facilmente, o desiderato da sua redenção
.



(Emmanuel )
 1940


quinta-feira, 4 de agosto de 2011



Eu busquei por amor
Quando a noite veio e o fechou
Eu estava só
Mas voce me encontrou onde eu estava me escondendo
E mesmo que eu nunca mais seja o mesmo
Foi essa doce voz que chamou meu nome, dizendo
Voce nao esta sozinho, pois eu estou aqui
Me deixe remover todo medo
Meu amor eu nunca sai do seu lado
Eu tenho visto em meio a noite escura
Eu sou aquele que te ama por toda sua vida
Por toda sua vida...

(Meredith Andrews)



"Coração Nublado"

O tempo...
nosso maior inimigo
que passa vagarosamente, 
silenciosamente...
Arrastando consigo momentos bons,
que poderiam ser perpetuados... 
Anestesiando sentimentos.
Em troca...
Deixa o vazio, a tristeza,
A saudade...

(Alessandra Alcântara)


Voa coração, voa!
Como uma borboleta
Que deixa seu casulo caído
E descobre suas asas.

Voa coração, voa!
O mais alto que conseguir
Em busca de liberdade
O mais longe...
que teu sonho permitir.

Voa coração, voa!
Alcance a sua paz
Esquece quem foi ontem
Acredite em quem será
De hoje em diante.

(NiL Almeida)

terça-feira, 2 de agosto de 2011





Céu e Inferno


Intrigado com algumas coisas que ouviu, o menino perguntou para o avô enquanto caminhavam:

“Vô, no inferno tem passarinho cantando?”
“Inúmeros. A perder de ouvido.”
“Tem flor?”
“Milhares e milhares delas, as mais lindas que podemos imaginar e outras tantas que a gente nem consegue.”
“Tem mar?”
“Muitos. Aliás, praias, conchinhas, ondas e surfistas também.”
“Tem abraço?”
“Dos melhores.”
"E o céu fica todo azulzinho quando faz sol?"
"Fica. Céu assim é tão bonito que chega até a comover, né?"
“As pessoas amam?”
“Amam. Gente é feita pra amar, embora geralmente erre um monte de exercícios enquanto está aprendendo.”
“Tem pipa?”
“À beça.”
“Tem chocolate?”
“É claro! Pode existir algum lugar onde não haja chocolate?”

O menino silenciou por alguns segundos, a expressão dizendo um desconcerto dos grandes, muito maior do que aquele que mostrou no tempo da primeira pergunta.

“Ué, vô, eu não entendo... Ouvi dizer que o inferno é tão ruim!”
“E é.”
“Mas se tem tudo isso...”
“Tem, sim, amado, as mesmas coisas do céu que você imagina estão também no inferno. Todas elas.”
“Então, é tudo igual?”
“Não. A diferença é que no inferno as coisas todas do céu continuam presentes, mas, por temporária impossibilidade, a gente não consegue percebê-las. "

(Ana Jácomo)