segunda-feira, 1 de abril de 2013



Salve o amor. Aquele de conchinha e barba na nuca, que pode durar pra  sempre ou só até amanhã. Aquele amor sem medo, sem freio, que ama  e pronto. Salve o amor que a gente dá e pega de volta outra hora, outro dia, com outra pessoa. Aquele aconchego facinho que não posa, não se  esforça, não finge. Salve o amor-próprio, que resolve a vida de muitos, o  amor das amigas, que aguenta, arrasta e levanta. Salve o amor na pista,  que roça, se esfrega, se joga e vai embora. Um amor só pra hoje, sem  pacote pra presente, sem laço ou dedicatória. Salve o primeiro amor, que  rasgou, perfurou, corroeu... ensinou. Salve o amor selvagem, o amor  soltinho, o amor amarradinho. Salve o amor da madrugada, sincero  enquanto dure e infinito posto que é chama. Salve o amor nu, despido de  inverdades e traquitanas eletrônicas. Salve o amor de dois a dez, um amor sem vergonha, sem legenda. Salve o amor eterno, preenchido de  muitos ardores. Salve o amor gigante, mas sem palavras, o rotativo e o  escrito, salve o amor rimado, cego, de quatro. Salve o amor safado, sincero e sincopado, o amor turrão e o encaixado.

(Lia Block)

Nenhum comentário:

Postar um comentário