Eu, inventor de mim
Escultor quimeras
Escritor de silêncios
Semeei borboletas
E outros alados
Nos canteiros
Sombrios do interior,
Entre os galhos
Secos no outono.
Pousei entre
Folhas mortas úmidas
Aquecidas ao calor
Das manhãs.
Cismei ninhos onde
Não era morada
Da primavera.
Encubei voos
Por verões afins,
Na solidão
Desses meus jardins
Desertificados.
Ansiando um depois
Dessa hibernação
Quase morte.
Quando inverno findou
E o vento do tempo
Soprou abandono
Cumpriu-se plano.
Outra vez o casulo vazio,
Quebrou-se o silêncio
Com o primeiro
Bater de asas
Para uma nova era.
Enfim...
Primavera.
(José Regi)
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