sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011
Às vezes, na estranha tentativa de nos defendermos da suposta visita da dor, soltamos os cães. Apagamos as luzes. Fechamos as cortinas. Trancamos as portas com chaves, cadeados e medos. Ficamos quietinhos, poucos movimentos, nesse lugar escuro e pouco arejado, pra vida não desconfiar que estamos em casa. A encrenca é que, ao nos protegermos tanto da possibilidade da dor, acabamos nos protegendo também da possibilidade de lindas alegrias. Impossível saber o que a vida pode nos trazer a qualquer instante, não há como adivinhar se fugirmos do contato com ela, se não abrirmos a porta. Não há como adivinhar e, se é isso que nos assusta tanto, é isso também que nos dá esperança. (...)
(Ana Jácomo)
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Gostei do texto, verdadeiro
ResponderExcluirTambém... adoro Ana Jácomo. Quanta sensibilidade existe dentro deste ser encantado...
ResponderExcluirBeijinho Elis.
Alê.