❝ Digo às vezes que não concebo nada tão
magnífico e tão exemplar como irmos pela vida levando pela mão a criança
que fomos, imaginar que cada um de nós teria de ser sempre dois, que
fôssemos dois pela rua, dois tomando decisões, dois diante das diversas
circunstâncias que nos rodeiam e provocamos. Todos iríamos pela mão de
um ser de sete ou oito anos, nós mesmos, que nos observaria o tempo todo
e a quem não poderíamos defraudar. Por isso é que eu digo […]: Deixa-te
levar pela criança que foste. Creio que indo pela vida dessa maneira
talvez não cometêssemos certas deslealdades ou traições, porque a
criança que nós fomos nos puxaria pela manga e diria: 'Não faças
isso.‘ ❞
( José Saramago)
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